domingo, 15 de junho de 2008

O triunfo do capital privado

Venda de ações da petrolífera de Eike prova que a bolsa de valores tem musculatura para financiar o crescimento do país


A abertura de capital da companhia de petróleo OGX, a terceira empresa criada pelo empresário Eike Batista que chega à bolsa de valores, impressiona pelos números envolvidos e pelo ótimo desempenho dos papéis em sua estréia – as ações chegaram a subir 19% na sexta-feira, antes de fechar o primeiro dia de negociação com alta de 8,3%. As cifras chamam ainda mais atenção num momento em que os mercados de todo o mundo enfrentam dias de incerteza e instabilidade, devido à crise financeira americana. Nesse cenário, o sucesso espetacular da OGX dá a dimensão da transformação por que passa a bolsa de valores brasileira. Com a queda na taxa básica de juro, as ações negociadas na Bovespa têm sido a melhor aplicação disponível no país nos últimos cinco anos. Em 2007, por exemplo, o Ibovespa (índice com as principais ações da bolsa de São Paulo) teve alta de 44%, contra 11% dos fundos de renda fixa e menos de 8% de rentabilidade da poupança. Assim, cada vez mais os investidores brasileiros deixam aplicações tradicionais, como os fundos DI e de renda fixa, e migram para as ações – colocando dinheiro em fundos de renda variável ou comprando diretamente os papéis.

Estima-se que perto de meio milhão de brasileiros possua ações, sem contar os que investem por meio de fundos ou planos de previdência. Essa demanda fez com que cada vez mais empresas buscassem o mercado de capitais para se financiar. Desde 2004, houve 161 lançamentos de ações, num total de 131 bilhões de reais. Em 2007, a bolsa forneceu mais dinheiro ao setor produtivo do que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Setores que nunca haviam participado do mercado acionário, como o de carnes, construção civil e saúde, hoje têm representantes no pregão. É um sinal de que o capitalismo começa a fincar raízes mais sólidas no país e já não se depende tanto das fontes públicas de recursos. Mas, quando se arrisca a comprar ações, sobretudo de empresas novatas, o investidor precisa ter em mente que o potencial das empresas novatas nem sempre se concretiza.

No caso da OGX, dizem os analistas, existe sim um bom potencial, devido aos preços elevados do petróleo. Além disso, as recentes descobertas no litoral brasileiro podem colocar as reservas do país entre as maiores do planeta. Nesse sentido, o comprador de uma ação da OGX pode vir a ser sócio de grandes jazidas petrolíferas. Por ora, no entanto, isso não passa de uma aposta. Além disso, a experiência brasileira dos últimos quatro anos demonstra que nem sempre esse tipo de aposta vale a pena. Boa parte dos IPOs – as ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês – feitos no país recentemente decepcionou, e os papéis das empresas são vendidos hoje por menos do que valiam no dia do lançamento. Um levantamento realizado pela Economatica, empresa especializada em informações financeiras, mostra uma trajetória irregular dos papéis das companhias que estréiam na Bovespa. Há valorizações estupendas, como a acumulada pela empresa de locação de automóveis Localiza, cujas ações tiveram alta de 518% nos últimos três anos. Existem, no entanto, casos como o da operadora de cartões de crédito CSU CardSystem, que viu seus papéis cair 72% em dois anos. "Mesmo que a empresa mostre bons resultados, participar de uma abertura de capital é mais arriscado do que comprar uma ação que já é negociada há tempos", diz Edmundo Valadão, sócio do banco Geração Futuro. "Como a empresa não tem um histórico em bolsa, é mais difícil prever o desempenho de suas ações."

A quantidade de pessoas físicas que compraram ações sextuplicou desde 2002

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008*

85.249

85.478

116.914

155.183

219.634

456.557

486.706

Fontes: Bovespa e BNDES

* Posição em 30 de maio de 2008.






sexta-feira, 18 de abril de 2008

Cenário (18/04/08)

Nesta sexta-feira, além da divulgação do IGP-10 de março e da segunda quadrissemana do IPC da Fipe, destacam-se também os balanços corporativos norte-americanos, os quais serão divulgados: a Caterpillar, o banco Citigroup, o Honeywell e a Xerox. Hoje, nenhum indicador relevante dos EUA foi agendado.

Na pauta doméstica, foi anunciado o IGP-10 de março, que registrou alta de 0,45%, ante a variação de +0,61% do mês anterior, e a segunda parcial do IPC da Fipe, que subiu 0,43%, acima da variação de +0,38% da quadrissemana imediatamente anterior. No IGP-10, a desaceleração foi provocada pela variação de +0,35% no IPA-10, abaixo da inflação de 0,83% em março. Já no IPC-Fipe, a aceleração da quadrissemana foi pressionada pelo avanço de cinco dos sete grupos que compõem a base do IPC, com destaque para o grupo Vestuário (de +0,50% para +0,77%) seguido pelo grupo Alimentação (de +0,47% para +0,56%).

COMO FECHOU O MERCADO

Fechamento
Evolução
17/Abr
No dia
Na semana
No mês
No ano
Ibovespa (pontos)
64.552
0,63%
3,14%
5,88%
1,04%
Dow Jones (pontos)
12.620
0,01%
2,39%
2,91%
-4,86%
Nasdaq (pontos)
2.342
-0,34%
2,27%
2,76%
-11,70%
Dólar (Mercado) – R$
1,6570
-0,42%
-1,95%
-5,48%
-6,65%
Risco Brasil (pontos)
227
-0,44%
-11,33%
-19,22%
2,71%
Ouro (BM&F) – R$
50,10
-1,18%
-1,18%
-2,72%
3,51%
Petróleo (WTI) – US$
114,86
-0,06%
4,29%
13,07%
19,61%


Fonte Lopes Filho

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cenário (07/04/08)

A semana está repleta de indicadores de inflação doméstica, com destaque para a divulgação do IPCA de março, com expectativa de +0,30%, ante a inflação de 0,49% de fevereiro. Além disso, nesta segunda-feira sai o relatório Focus e o resultado da primeira semana de abril da balança comercial.

Na agenda norte-americana, destaque para a divulgação do crédito ao consumidor, nesta segunda-feira e amanhã haverá o anúncio da ata do Fomc, relativa à reunião de 18/março, quando a taxa básica foi reduzida a 2,25%. Na quarta-feira sai o nível de estoques no atacado; na quinta-feira, o número de pedidos de seguro-desemprego na semana até 05/abril, o resultado da balança comercial de fevereiro e os dados do orçamento do Tesouro em março, e na sexta-feira será divulgado o índice de confiança Michigan de abril.

COMO FECHOU O MERCADO

Fechamento
Evolução
04/Abr
No dia
Na semana
No mês
No ano
Ibovespa (pontos)
64.445
0,42%
6,61%
5,70%
0,87%
Dow Jones (pontos)
12.609
-0,13%
3,22%
2,82%
-4,94%
Nasdaq (pontos)
2.371
0,34%
4,87%
4,03%
-10,61%
Dólar (Mercado) – R$
1,7100
-0,47%
-2,01%
-2,45%
-3,66%
Risco Brasil (pontos)
263
0,38%
-7,07%
-6,41%
19,00%
Ouro (BM&F) – R$
50,80
1,60%
-3,05%
-1,36%
4,96%
Petróleo (WTI) – US$
106,23
2,31%
0,58%
4,58%
10,62%
Fonte Lopes Filho

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Cenário (02/04/08)

Nesta terça-feira, destaque para a divulgação da pesquisa industrial mensal de fevereiro, do IBGE, e do índice de atividade industrial (ISM) de março nos EUA. Ambos terão influência significativa no humor do mercado, pois resultados divergentes às previsões traduzem em revisão nas projeções de taxa básica de juros, nas respectivas economias.

Na pauta doméstica, saíram os números da produção industrial em fevereiro, que assinalou retração de 0,5% no mês, dentro das previsões do mercado. Segundo o IBGE, houve avanço de 9,7% em relação a fevereiro/2007, alta de 9,2% no ano e crescimento de 6,9% em 12 meses. Além disso, foi anunciada a quarta quadrissemana do IPC-S de março, que registrou alta de 0,45%, após assinalar inflação de 0,23% na parcial anterior. Essa aceleração foi motivada, principalmente, pelo avanço do grupo Alimentação, que veio de +0,11% para +0,62%. Também será divulgado o resultado da balança comercial de março, que deve ser superavitária em US$ 880 milhões.

Já na agenda dos EUA, destaque para o índice de atividade industrial (ISM) de março, com expectativa de 48,2, próximo ao índice do mês anterior (48,3). Caso esse dado venha aquém às estimativas, dará fortes indícios de recessão. Além disso, será anunciado os números das vendas de automóveis em março e os gastos no setor de construção em fevereiro.

COMO FECHOU O MERCADO

Fechamento
Evolução
31/Mar
No dia
Na semana
No mês
No ano
Ibovespa (pontos)
60.968
0,85%
0,85%
-3,97%
-4,57%
Dow Jones (pontos)
12.263
0,38%
0,38%
-0,03%
-7,55%
Nasdaq (pontos)
2.279
0,80%
0,80%
0,33%
-14,07%
Dólar (Mercado) – R$
1,7530
0,46%
0,46%
3,61%
-1,24%
Risco Brasil (pontos)
281
-0,71%
-0,71%
6,04%
27,15%
Ouro (BM&F) – R$
51,50
-1,72%
-1,72%
-2,46%
6,40%
Petróleo (WTI) – US$
101,58
-3,83%
-3,83%
-0,26%
5,78%
Fonte Lopes Filho

terça-feira, 1 de abril de 2008

Projeto Nordeste

Caros leitores,

A seguir uma notícia maravilhosa para os pequenos negócios, sobretudo, para o estado de Pernambuco. Enviada pelo colaborador do blog, Ricardo Cortez.

Projeto Nordeste chega a Pernambuco


O presidente do Banco do Brasil,Lima Neto, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinam nesta terça-feira, 1º de abril, no Recife, protocolo de intenções para implementar o Projeto Nordeste no Estado. O Projeto é uma iniciativa do BB para aperfeiçoar as parcerias com os estados nordestinos, auxiliando na execução de seus Planejamentos Plurianuais. Também busca organizar sua atuação na Região Nordeste, de modo a reforçar sua presença e seu compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento regional.


O segundo acordo, sob coordenação do Banco Popular do Brasil, e em parceria com as instituições de microfinanças atuantes no estado, estabelece a participação do Banco na implementação do "Programa Pernambucano de Microcrédito Produtivo".A proposta é atender as demandas de microcrédito produtivo dos empreendedores pernambucanos, em especial daqueles de pequeno porte, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios, além de conceder empréstimos a microempreendedores conjugado com atendimento bancário, capacitação e orientação.


(Agencia de notícias do BB - 01/04/2008)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cenário (19/03/08)

Nesta quarta-feira, a exemplo dos bancos Lehman Brothers e Goldman Sachs, que deram grande alívio para mercado e propiciaram uma boa reação das bolsas de valores (vide quadro abaixo), hoje foi a vez do Morgan Stanley, que teve recuo de 42% no lucro líquido do primeiro trimestre fiscal (findo em 29/fevevereiro), no entanto melhor do que o esperado, pois o mercado estimava recuo de até 53% no lucro líquido. Além disso, será divulgado o nível de estoque de petróleo bruto e derivados nos EUA na semana até 15/março.

Na pauta doméstica, foram divulgados as segundas parciais da inflação de março, com o IPC-Fipe subindo 0,23%, ante a variação de +0,22% na quadrissemana anterior, e o IGP-M registrando inflação de 0,78%, contra +0,46% no segundo decêndio de fevereiro, ambos assinalando aceleração, por motivos sazonais distintos.

COMO FECHOU O MERCADO

Fechamento
Evolução
18/Mar
No dia
Na semana
No mês
No ano
Ibovespa (pontos)
61.932
3,20%
-0,09%
-2,45%
-3,06%
Dow Jones (pontos)
12.393
3,52%
3,70%
1,03%
-6,57%
Nasdaq (pontos)
2.268
4,18%
2,53%
-0,15%
-14,49%
Dólar (Mercado) – R$
1,6900
-1,97%
-1,34%
-0,12%
-4,79%
Risco Brasil (pontos)
277
-8,28%
-4,15%
4,53%
25,34%
Ouro (BM&F) – R$
53,70
-3,24%
-2,36%
1,70%
10,95%
Petróleo (WTI) – US$
109,42
3,54%
-0,72%
7,44%
13,94%
Fonte Lopes Filho

terça-feira, 18 de março de 2008

Cenário (18/03/08)

Nesta terça-feira, o Fomc deve ratificar as apostas do mercado, reduzindo em 0,75 ponto percentual os atuais 3% da taxa básica de juros. Mas, também, há quem vislumbra um corte mais significativo, em 1 ponto percentual. Além disso, foram anunciados os balanços do primeiro trimestre/2008 dos bancos Goldman Sachs e Lehman Brothers, que numa primeira análise, agradou o mercado. Aliado a isso, foi divulgado o índice de preço ao produtor (PPI), que veio em linha com as expectativas do mercado, subiu 0,3% em fevereiro, ante a elevação de 1% em janeiro, e será anunciado o número de imóveis novos em construção e o número de permissões para construção de imóveis, ambos em fevereiro. Por conta disso, os índices futuros das bolsas americanas sobem nesta manhã.

Na pauta doméstica, sairão apenas os dados do IPC-S Capitais da segunda quadrissemana de março.

COMO FECHOU O MERCADO

Fechamento
Evolução
17/Mar
No dia
Na semana
No mês
No ano
Ibovespa (pontos)
60.011
-3,19%
-3,19%
-5,48%
-6,07%
Dow Jones (pontos)
11.972
0,18%
0,18%
-2,40%
-9,75%
Nasdaq (pontos)
2.177
-1,58%
-1,58%
-4,16%
-17,92%
Dólar (Mercado) – R$
1,7240
0,64%
0,64%
1,89%
-2,87%
Risco Brasil (pontos)
302
4,50%
4,50%
13,96%
36,65%
Ouro (BM&F) – R$
55,50
0,91%
0,91%
5,11%
14,67%
Petróleo (WTI) – US$
105,68
-4,11%
-4,11%
3,77%
10,05%
Fonte Lopes Filho